segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Divina Comédia por Salvador Dalí

A Caixa Cultural do Rio de Janeiro apresenta, até 2 de setembro, a Exposição Dalí: A Divina Comédia.. São mais de 100 aquarelas do pintor maluco surrealista em comemoração aos sete séculos da publicação da obra de Dante Alighieri.
Na década de 50, o governo italiano teve a genial ideia de comemorar os sete séculos da publicação de Dante traduzindo em imagens a odisseia literária proposta pelo poeta italiano. O escolhido para realizar essa façanha foi Salvador Dalí, mas a população não gostou da ideia, já que o pintor era espanhol, e a Divina Comédia, definitivamente, não era uma livro qualquer. O governo desistiu da empreitada, mas Dalí continuou por conta própria, ainda bem. Legal é observar a evolução da sua aquarela, já que a obra completa demorou mais de 10 anos para ser finalizada.

Seguindo a estrutura da obra original, Dalí também dividiu suas 100 gravuras em três partes principais- Inferno, Purgatório e Paraíso, onde estão localizadas as principais passagens do poema épico de Dante. A coleção é uma das mais originais já produzidas, com alusões ao mundo dos sonhos e do subconsciente, e também uma das mais famosas de Dalí, que ainda produziu aquarelas para Alice no País das Maravilhas e Dom Quixote.

A “Divina Comédia” é uma obra-prima da literatura mundial, o marco da transição do período medieval ao renscentista. Começou a ser escrita em 1304 e só foi finalizada no ano da morte de Dante Alighieri, 1321. A história tem como foco a viagem de Virgílio pelos 3 mundos retratados por Dalí, Inferno, Purgatório e Paraíso, com a presença dos personagens de Dante (o homem), Beatriz (a fé) e Virgílio (a razão). As gravuras fazem o público percorrer a viagem imaginária de Dante, dos círculos infernais até o centro da Terra, onde encontra Lúcifer, e seu regresso à superfície até a subida ao purgatório, onde, acompanhado da sua amada Beatriz, é finalmente admitido no Paraíso.
 










 

Além da arte que pode ser vista, o reforço sonoro da Sinfonia Dante, de Franz Liszt, dão o tom da exposição.

Inferno