sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Achiropita

Como todos os anos, o mês de agosto é comemorativo no bairro do Bixiga, em São Paulo. 2012 celebra a 86ª edição da festa de Nossa Senhora da Achiropita.

A história da Igreja de N. Sra Achiropita é do século passado, quando os imigrantes italianos começaram a chegar ao atual Bixiga, carregando uma profunda devoção à Nossa Senhora, que tem seu dia comemorado em 15 de agosto. Porém, a decisão do arcebispo foi oferecer a paróquia a outro santo, então ali ficaria conhecido como Paróquia São José do Bixiga.



A imagem da santa foi trazida pelos imigrantes calabreses e ficava na casa de José Falcone, onde várias pessoas se reuniam para fazer novenas. De lá, a Santa só saia durante os festejos de agosto, quando era colocada em um altar de madeira erguido na rua Treze de Maio para as missas de 13, 14 e 15 de agosto. As primeiras manifestações aconteceram por volta de 1910, quando os calabreses decidiram comprar um terreno e angariar fundos para levantar uma igreja para a Sta Achiropita, aí começaram as quermesses de rua e a tradicional procissão. A imagem da santa percorria as ruas com fitas na mãos e os fiéis colocavam suas contribuições, pregando as células de dinheiro com um alfinete.

Em 1918, com o dinheiro arrecadado nas comemorações de agosto foi erguida uma capelinha de construção simples, sem qualquer imagem, que mais parecia um quarto grande. Aos poucos, com doações, o telhado foi construído, um altar também, então pequenas missas começaram a ser celebradas no local. Em 4 de março de 1926 foi baixado um decereto que elevava a igreja à condição de paróquia, assim foi conquistado o direito de ter sacrário, batistério, pia batismal, livro do tombo e livro de registros de batizados, casamentos e óbitos. 

Hoje, a festa conta com 900 voluntários que fazem o movimento acontecer. A estimativa de público para este ano é de 250 mil pessoas que devem consumir 12 mil quilos de macarrão, 15 mil litros de chope, 10 mil litros de vinho, 5 mil quilos de carne e outros 5 mil de linguiça. São 30 barracas de comidas típicas italianas, como fogazzas, fricazzas, polentas, macarrão e pizzas. Uma cantina interna também serve pratos quentes e frios, mas é preciso comprar os convites antecipadamente se quiser frequentar a cantina, eles esgotam rapidinho.





A renda da festa é revertida para centros assistenciais, como a casa Dom Orione, o MOVA e a Creche Mãe Achiropita.

O evento acontece nos fins de semana, até 2 de setembro. Aos sábados, começa às 18 horas e vai até à meia-noite; aos domingos, das 17h30 às 22h30.