segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O câncer de mama não é uma fita cor de rosa

As campanhas de câncer de mama podem até mostrar mullheres que já sofreram desse mal, mas nunca escancaram pra valer. O fotógrafo David Jay quis mostrar o verdadeiro choque de realidade preservando a beleza feminina em aspectos únicos: compaixão, aceitação, amor e humanidade.

David Jay está acostumado a conviver com a feminilidade. Fotógrafo de moda há 15 anos, ele convive diariamente com questões que permeiam o universo da beleza feminina: a busca pelo corpo perfeito, a ditadura da magreza, a efemeridade da moda, e outras barreiras que as mulheres enfrentam do acordar ao adormecer, diariamente.

A ideia do SCAR project, um projeto que mostra que o câncer de mama exige mais seriedade que uma fita rosa e que o encantamento feminino é muito superior ao sofrimento, começou quando Jay viu uma amiga de 29 anos ter que passar por uma cirurgia mastectômica, que consiste na retirada da mama como um possível tratamento para o câncer. A fotografia dirigida para o público jovem através do choque foi a maneira encontrada por ele para confrontar, e aceitar a situação.

O questionamento é inevitável. Onde mora a beleza feminina? Há beleza na dor? A realidade é cruel?

O primeiro contato com as fotografias do projeto pode causar várias reações, alguns se revoltam, outros acham que é exploração demais, outros conseguem enxergar a beleza  na simples condição humana de existir e ser frágil. O importante é deixar as imagens falarem mais que o superficial.
 
Para  fotógrafo, as campanhas atuais de combate ao câncer de mama não são suficientes para a prevenção, elas não alertam para o perigo real, que se esconde atrás de propagandas fofas e fitas cor de rosa: "Eu não vou mostrar apenas metade da história – que tudo vai ficar bem e essas meninas têm câncer de mama, mas irão continuar com suas vidas – porque esse não é o caso. Eu gostaria que fosse o caso, mas a realidade é que algumas dessas meninas estão morrendo e é importante ter a sua história, mas também porque essa é a realidade da doença.”

Ele ainda afirma que em uma análise mais profunda, é claro o fato de que as fotos não são só sobre o câncer de mama, mas principalmente sobre autoaceitação, compaixão, amor e humanidade: “Trata-se de aceitar tudo que a vida nos oferece… toda a beleza… todo o sofrimento também… com graça, coragem, empatia e compreensão."