Tomar vinho é um verdadeiro ritual. Atiça todos os sentidos e aguça o espírito. Das cores, do aroma, do corpo, do sabor e da apreciação à sublimação, tudo conspira de forma equilibrada. E para finalizar a harmonia, escolher a taça certa para cada vinho.
E não é uma opinião pessoal. É um fato comprovado cientificamente. Claus Josef Riedel, membro da 9ª geração de uma família inteira dedicada aos cristais, provou, em meados de 1950, que o copo muda a apreciação do vinho. Seu estudo sobre a correlação entre cada uma das características do líquido e o formato e tamanho das taças transformou seus cristais nos top (top mesmo!) da categoria: cada taça Riedel pode chegar a R$ 2.100.
O sommelier Manoel Beato, em seu livro Guia de Vinhos, diz que existem muitos modelos de taças no mercado, mas é só atentar a alguns detalhes importantíssimos antes de comprar:
- Transparência do cristal- para ver a cor do vinho e seus reflexos
- Hastes longas- para não tocar o bojo e esquentar a bebida
- Abertura do bojo- para ressaltar os aromas
- Tamanho da taça- para poder rodar a bebida ou no caso de espumantes, mais comprida para o apreciador observar suas bolhas e sentir melhor seus aromas
O Bordeaux é usado para vinhos tintos ricos em tanino, como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah, Tannat, Bainada e Merlot.
Seu copo é mais alto, com borda estreita e grande volume.
As taças para os vinhos tintos com pouco tanino
são mais arredondadas e têm uma abertura relativamente grande, o que estimula o palato (céu da boca), já que o vinho vem em goles maiores. Ideal para degustar Burgunder,
Beaujolais, Barbera e Pinotage.
O formato de balão de Bourgogne faz com que os aromas saiam mais facilmente, condição ideal para vinhos à base de Pinot Noir- Amarone, Nebbiolo e Barbera.
A taça tipo Porto vai bem para vinhos doces, que pedem doses menores, como o do Porto, Banyuls e Marsala.
A Curinga é bem parecida com a Porto, mas seu vidro deve ser, obrigatoriamente transparente, com haste longa e bojo médio. Todas essas características juntas evidenciam o poder do vinho.
Flûte é o nome da taça usada para espumantes. Quanto mais comprido o bojo, melhores os aromas e melhor a dança das bolhas, que mantém a bebida viva.
Hoje já não existe mais essa convenção de que vinhos brancos devem, obrigatoriamente ser servidos em taças menores, embora seja normal ver mesas montadas assim. Suas uvas e ingredientes são tão bons quanto os de vinhos tintos, então o mais importante é deixar espaço para os sabores evoluírem e fluirem.
Mas para um vinho branco suave, o ideal é usar taças estreitas, que fazem com que o buquê de flores e frutas sejam resslatados, pois concentra o aroma. São ideais para degustar um Picpoul de Pinet, um Grünen Veltliner ou um Riesling.
Agora é só saborear. Cheers!